quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Poesia de Presente


Tem, só pra Você
Um pedaço deste peito
Uma nesga de coração,
Daquelas pequenininhas
(Uma nesguinha!)
E é das mais frágeis, veja bem.
-Cuidado com o seu lar!
Saiba, a princípio,
Que não passa de um mero pedaço
Pequeno pedaço d'um pequeno espaço
Já lotado de tanta gente
Que este, por menor que seja
E por menores que sejam seus pormenores
Saiba, Amigo-meu:
Saiba que este espaço é somente seu.
E fique bem aí.

Está para depois das nuvens


É quando então constroem castelos pelo ar
Pra esquecer, deslembrar ou apagar.
Ou quem sabe para quando ao alto olhar
Os olhos poderem ver o que as mãos não irão alcançar
E então possas recordar,
Daquele trajeto todo que teve que andar
Vendo monstro, vendo flor, ouvindo falar
Que a historia esta prestes a se encerrar
Mas que a vida é tão forte que não se deixar entregar
Não esqueça quando ao céu teus olhos mirar
Que lá em cima, por depois das nuvens, estará.
A concretude do sonho da criança, a minar
Sobe os balançar do berço, balançar.
Para que tua mão tenha o que aparar
E teu peito em fim pare de chorar
E comece a correr, pular e cantar.
E viva o amor, para poder amar!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010


Tudo entre nós é uma parte
à parte
Com cores e sons próprios
Apanhados do que vem de cada um
Liquidifica
E o que sai de mim é você
E o que sai de você somos nós.


Fernanda Paz

domingo, 26 de dezembro de 2010

À Luz de Velas.

Por mais braços que eu chegue a passar
Nenhum abraço encaixa como o seu
Por mais lábios que eu chegue a beijar
Nenhum beijo é tão doce quanto o seu

Mas meu maldito orgulho não deixa que eu te diga isso
Meu medo não me deixa admitir que talvez goste de você

E enquanto a coragem não chega
Eu sacio minha sede dos teus beijos no amargo gelado de uma cerveja qualquer
Insisto em te enterrar na minha alma
Como agora faço com a ponta do meu cigarro nesse cinzeiro
Apagar qualquer faísca de você que ainda exista em mim
Apesar da dor, quero que você desapareça
Como a dor de cabeça que eu vou sentir amanhã por causa da porra dessa ressaca.

Mas vai passar, sempre passa
Nada que uma xícara de café forte não resolva...
Vamos sair.
-Pr'aonde?
-Não sei, diga Você.
Ache algo bom a se fazer
Algo bom de beber nuvem...
Conversemos com os postes!
Embebidos em meio-sol,
De céu da cor de vinho-tinto
Do esmalte de minhas unhas.
-Bem, podia-se comer asfalto,
Ou quiçá beijar a chuva!
-Se bem que sei que minhas unhas
Não querem se perder a céu aberto
Absortas em adivinhar as nuvens
Ou lamberem um por-do-sol apontado.
É bem verdade que minhas unhas
Na mais fina, crua e pura verdade
Querem mesmo é perder a cor
Na Tua Pele.

Falta Aparente

Sinto uma saudade estranha, comos e tivesse havido a presença.
Sinto também um medo voraz, como se já tivesse havido a calma.
Verdades em mim, saudades em ti.

Sinto um desejo ardente, como se há tivesse havido o toque,
E um apetite estranho, como se já tivesse havido a fome.
Sinto sobretudo, um amor minúsculo.
E um maiúsculo.

Hoje está estranho para mim,
Basta somente um sinal para que eu me transforme
Em um vil metal.
Submissa.
Vulnerável.
Tua.
Eu fico estranho,
Vou ver como me resolvo.
Já fizemos isso antes,
Não espero o mesmo efeito.

Consigo ouvir aquela música,
Sinto outra coisa estranha, é bem verdade.,
Mas é isso mesmo, é isso aí.

Não há nada certo,
Não há nada errado,
Apenas especulações.
Não há nada novo, Salomão,
O mundo que acabou "indagora",
Havia acabado um mês antes também.

A gente nasce e se repete,
com o chiclete da moda, é claro,
"A gente nasce e se repete."

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um breve poema de Luta

Aos que precisam de oportunidade
Mostro-lhes a luta
Aos que padecem da opressão
Mostro-lhes luta
Aos que, sem comida e água, matem-se á margem social
Mostro-lhes a luta
Aos que precisam de um motivo pra lutar.
Ofereço o contraponto, a contra-hegemonia.
Aos que precisam de fatos concretos.
Ofereço nossas bandeiras.
Aos que são alienados.
Entrego-lhes os óculos da verdade
Aos que não querem ver.
Sussurro ao pé d‘ouvido
Aos que não querem ouvir
Ofereço meus braços e abraços e estendo minha mão.
Aos que, ainda assim, resistem
Verão meus atos a seu favor

Mas há sempre os que se opõe:

Por que a luta não tem fim, nem tem começo
Nem é estática, parada feito gesso.
Por que o verdadeiro sentimento se chama mudança.
E nas entrelinhas, está intrínseco: esperança.

Por que a luta persiste no coração daquele que sonha. E sonha o homem que vive. E vive o homem que ama. E vive. E ama. E com amor, faz do sonho concretude. Realidade.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Livro em cima da cama
Aberto em qualquer página
Feito qualquer noite de sua vida...

mp4 em cima da cama
Tocando um som qualquer
Como qualquer berro dentro de sua cabeça...

Eu sei o que você fez no verão passado.
Escolha a vida.
Escolha a vida, seu bosta.
Escolha a vida como resposta.
Escolha a vida.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Eu só queria meu Pijama

Me diga o que se passa neste coração.
Me diga o que há nesta vida.
Tão louca, desmedida
De passos embriagados, distraída.
Desvairada, sem freio sem nada
Me diga o que é esta louca sensação.
Nem frigidez,  nem tesão.
Que digo sim e ao mesmo tempo digo não
Que me mostra o mundo e a solidão.
Me diga o que é este infame sentimento
Que me suga, me consome e que eu me alimento
Que não some um só momento
Que minh’alma devora e não há lamento
Me diga qualquer coisa insana
Que me faça acreditar que esta vida profana
É um sonho meu ao travesseiro da cama
Ou não diga nada, e me jogue à lama.

Sem sono, sem dormida. Sem pijama.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010


Coração biscate! 
Quando cruzas tuas pernas
Tuas bonitas pernas a mostra
Como defines tua forma
Tuas formas sempre expostas!
E pintas teus cilios
Ah, teus cílios-labirintos...
-Minotauro que te guarde.
Coração biscate. 
Como quando couve-flor
Em fim de feira entardece
A ti, sobram restos
Mas a mim, Poesia!
Sim, biscate sim!
E merecidamente surrado
Tão batido quanto um clichê:
-Com gelo, limão e cachaça, por favor.
Mas o que cargas d'água
Escondes nestes decotes?
Tuas cartas na cartola,
Teus coelhos na manga...
De que te escondes?

Hoje foi o dia,
Mais uma discussão,
Saí de casa.
Estava passando da hora,
Já me ofereceram tudo lá,
Até o profano.

E também eu cansei da discussão,
Não era certo eu sempre julgar
Toda vez que achasse um culpado.
Eu me tornaria do mesmo, assim.

Agora é que eu vou começar a crescer
E sem ter que provar nada a ninguém.
Perder o medo de perder,
Eu sei mais ou menos o que quero,
Falta eu ir buscar,
Estou pensando na melhor maneira.

Há um bando de gente que não escuto mais,
Há um bando de gente que ficou pra trás,
Descobri uma televisão com outros canais,
Travando a batalha que me dará paz.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Poemar

Eu poemo
Tu poemas
Ele poema
Nós poemamos
Nos poemamos
Nus, amamos

Quanto a vós, nada posso afirmar
Só sei do que existe ente nós.
De longe ouço novamente o som.
Mas... Estou sem coração no momento
Me liga mais tarde, pode ser?
Talvez eu encontre essa parte que faz inteiro

É como mar ou o oceano, saca?
Parece água como todas as outras,
Mas não fosse aquela pitada de sal
Perderia a graça, talvez ficasse às traças.

Pois de fato não estou inteiro
Imerso em um universo que não tem nome
Mas que doe como furo de espinho
E me bate com um braço que não posso ver.

Eu to desligando agora!
Mesmo que você não queira.
Mas quando eu montar o quebra cabeça
Eu juro que retorno a ligação.

Sabe aquela parte que falta? Aquela peça que completava! Aquela pita de sal! Ela também faltava ao quebra-cabeça. A sorte minha é que peça era mesma. O azar meu era que ou eu ficaria sem coração ou o quebra-cabeça sem a peça que o completaria. Foi quando optei pelo coração. Tão mágico foi que o quebra-cabeça se completou, sem que eu montasse, sem que eu o tocasse, ele se completou. Pura mágica, não sei!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Caça-Tempos


Já me disse um velho amigo
'Todo labirinto- ouça bem!-
Todo labirinto é navegável a taças de vinho.'
Bem umas cem desta de suas mãos!
- Grande Amigo, Sábio e Sacana.
Que certo dia, ainda me disse,
Por trás de seu riso-penumbra, ébrio, corriqueiro:
'Corra, mas corra com jeito
Que há de, aos trinta, não ser
Precoce-velho-quadrado,
Tão sem graça quanto jiló’.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

[...nem tudo, nem nada...]

 
Nem doce nem amarga
Azeda
Nem alegre nem triste
Indiferente
Nem real nem imaginário
Inexistente
Nem água nem fogo
Fumaça
Que some com o tempo

. Uma gota de chuva em Teresina
Que evapora antes de tocar no chão
E quando vê já foi
Quando lembrar, sumiu
E nem o rastro mais se vê
O vento leva tudo
O vento leva tudo
...
E que esse mesmo abençoado vento
Leve minhas cinzas pra bem longe daqui.

Amor que sabe falar

Mas se por ventura
Um beijo teu eu ganhar
E tu, em meus braços se deitar
E se aprochegar
E me afagar
E dizer: meu bem, meu bem
Vem me amar.
Se por ventura tu me olhar
E depois de uma piscadela, me chamar
Com o sorriso de canto
Que encanta sem catar
Vou fazer aquele silêncio todo esbravejar
Oh morena bonita me deixa te alcançar
Subo colina, desço morro, corto pomar
Como urucum, faço buquê, mato preá.
Viro poeta, escritor e ate me astrevo a cantar.
Quando é por te eu faço é sem pensar
E de me arrepender, nem ouço falar.
Porque morena é com tu que eu quero casar
Ter dois filhos,
E viver ate um mundo de nois de cansar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Poder da mente

i

Mas era, eu sei, por sufoco ,
Talvez seja apenas um vacilo meu.
Talvez nem esteja vendo aquele moço,
De olhos claros e comportamento plebeu

Por distração, comoção.
Pra refugiar. Por medo eu confesso.
Estando sempre com estilhaços na mão.
Algo invento, regresso.

Eu via com os olhos fechados.
Dos pés a cabeça, o fervor subia.
Não tendo mais doce, nem amargo
Deito ao chão, dormente de anestesia.

É neste momento que ouço os gritos:
A histeria, a loucura, o insano.
A passos largos, fino infinito.
Ponho as mãos na cabeça, como que pensando.

Ai meu deus, meu pai, meus deus!
Por que minha perna treme sem que eu queira?
Meus olhos choram aos olhos teus.
Meu coração pula, como o fogo da fogueira

E quando finda todo o sinal de barulho
Estenuado, ergo o cérebro e a cara a frente
Me percebo tão só, que nem acompanhado de orgulho
Decifro tal loucura que criou minha mente.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Quase-Samba.

Mas é que você assim
Por ser assim e assado
Daria um samba desbocado
Em viola e flautim
Um samba, assim com pecado
Bem despedaçado
Cor de botequim
Daqueles de água na boca
E vinho barato
Ponta de cigarro jogado no chão
Um samba assim bem esbarrado
Bobo, abestalhado
Besta, sim! Porque não?
De letra em papel guardanapo
-Bilhete pra moça da mesa ao lado.
Seu Moço, tome cuidado!
Pois dentro deste lenço
Vive um coração enferrujado.

(Laelia Carvalhedo)

aVESSO

Como estou?
(Ela pergunta sem eu perguntar)
- Deitada sem dormir,
Em pé sem andar
(Ela responde e não me permite opinar)

E o que pareceria loucura
E provavelmente era.
Não passava de tortura
Psicosofriento igual ao da novela.

Ela distorcia e retorcia um cordão
Em barulhos incautos
Entre os seis dedos da mão.
Mas nada que mudasse os altos.

Eu digo que nos somos os loucos
Porque somos normais e aceitamos a sensatez fingida
Porque não conseguimos externar nem gritos roucos
Nem brigar ou espernear, não na volta nem na ida.

Sufoco de um poeta.


Da viola
 as cordas caíram
Dos poemas
 as letras desapareceram

Parece que não se têm mais nada a dizer
Ou a tocar,
as melodias se foram, as idéias também...

E ao mesmo tempo sente-se algo que vêm de dentro crescer
e tentar EXplodir ,quando na verdade está IMplodindo

Uma mistura de angústia com náusea
Como se tivessse algo pra colocar pra fora
e esse algo se recusasse a sair

A vontade que dá ,é deitar, dormir ,e esperar esse vendaval passar
Deixar que as coisas se acalmem aqui dentro
Até ficar sereno e calmo novamente...

Sereno e calmo
Sereno e calmo
Sereno e calmo
...

-e que essa canção-de-ninar te embale poeta

Boa Noite.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Doses - Ciclo Vicioso.

 
Uma dose de uísque pra esquecer
Uma dose de vinho pra alegrar
Uma dose de absinto pra morrer
Uma dose de café pra ressucitar!

E no final de tantas doses
Se está revigorado e pronto pra mais...

Mais uma dose de stress
Mais uma dose de preocupação
Mais uma dose de cansaço
Mais uma dose de "dia-a-dia"
Mais uma dose dessa insuportável rotina
Que chega a enlouquecer !!

E depois de louco
O que resta é só...

Uma dose de uísque pra esquecer
Uma dose de vinho pra alegrar
Uma dose de absinto pra morrer
Uma dose de café pra ressucitar.

Vazio.

Ele começou assim: "vou pedir para Dona Fulana me dar três meses de carinho..."

Hoje em uma conversa de bar com um amigo descobrimos que já não se fazem pessoas como antigamente. Eu pensando que o final da frase seria "....três meses de aluguel", não. Me enganei e me assustei, e fiquei atônita: mas só carinho? Sim, só isso. Ele só quer carinho e, incrível, onde tanta gente reclama da falta disso, elas são incapazes de satisfazerem umas as outras. Como pode? Pode sim. Descobrimos também que isso é porque além da pessoa querer o afeto e o afago do outro, ela exige, ainda, o ridículo cumprimento de alguns requisitos constantes em uma lista insuportavelmente depressiva.

No capitalismo selvagem em que vivemos não me admiraria que daqui a alguns poucos anos as pessoas trocassem dinheiro por carinho. Gente, vamos combinar, pessoa é essência e coisa é merda. Lógico né? Nem tanto, levando-se em consideração que hoje só é bom para "casar", "viver junto", aquele (a) que respeitar fielmente os requisitos da tal lista. Detalhe: são requisitos bem práticos, tais como, beleza britânica, emprego público, estatura alta, costas largas, quadris largos e por aí vai. Fuja disso e verá quem vai correr...

No fim de tudo ele só quer carinho. Eu só queria fazer as pazes. A minha situação se resolveu, e a dele?
O mesmo quarto vazio, a mesma sala vazia, a mesma cozinha vazia... preenchidos apenas com móveis vazios, coisas e mais coisas, claro, vazias.... Aí vocês perguntam: e a família dele? Acreditem vocês, também vazia. Alguém aqui sabe o que é isso?

Não né? Imaginei...

Por Carol Sousa

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dormirei no mudo.
Descansarei o quanto puder, pois o amanhã é um velho dia desconhecido.
Acordarei com as trombetas soando ao lado.
E voltarei pro meu dia de rei.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ás vezes o sentido das coisas está em elas não fazerem sentido.
Café ,música, o vento, o tempo e as nuvens de algodão...
Drogas TARJA PRETA, que são minha única cura
Nada a mais , nada a menos.
O ponto de equilíbrio mais desequilibrado que já senti
Mas sou só eu
Estranha criatura que por vezes não reconheço no espelho
Confusa, indecisa, medrosa,sensível, estupidamente, eu
E essa variação brusca de estado de humor
De um extremo a outro
Sou só eu
...tentando entender o que não têm explicação
Dando murro em ponta de faca
Sem medo de cortar a faca ou entortar a mão
Sou só eu...
 e seria estranho se não fosse esquisito.

Uma Mulher: Seus sonhos e realidades.

Hoje é um dia tão especial

Meu passado mais uma vez bateu a minha porta.
E pela primeira vez eu fiz algo louvável
Foi como nos cinemas: cena ruim, corta!
E assim a cena dois prossegue: limpa e saudável.
Nem os gritos nem os berros,
Nem os socos e pontapé.
Ele foi embora, com o rabo entre as pernas.

Pena que era só um sonho.

Meu passado mais um vez bateu a minha porta
E como a criança que treme ao ver o bicho papão
Nada fiz, além do sonho e da ilusão.
Eu não era, mas pensei ser forte.
Nem afago ou carinho. Nem a verdadeira face, um faceta.
Somente cortes e recortes,
Com feridas e maquilagens cor de violeta.

Eu sempre calada, tentando preservar o que chamava de familia, destrui passados e futuros, e o presente que recebo são tapas na cara e insultos. Já não aguento mais. Mas também não tenho força para reagir. Sou uma prisioneira dos meus medos, da minha realidade. Mas por favor, não faço como fiz! NÃO SE CALE!




(25 de Novembro: Dia internacional de luta contra a violência à mulher)

Bazar de si.

Quero grana. Fiz um bazar!

Vendo qualquer coisa que conste em mim, qualquer coisa que esteja ao meu redor, eu vendo. Vendo meu sono, meu som, meu carma, meu santo. Vendo.
Vendo também minha cama, minha viola, meu violino, minha saia. Saia!
Vejam, vendo apenas! Não faço doações.
Vendo meu pouco frio, o calor, meu lençol, os pingos de chuva. Sim, eu vendo.
Vendo meus fracos versos, meu dedilhado e meu processo.

Vendo tudo isso só para ter um pouco de grana, gana, fama.

Vendo até mesmo quem é invendável. Vendo meu estresse - juro que por preço de banana, ou mais barato. Vendo minha ironia, vendo minha verdade!

Achando um comprador, nesse caso
A infelicidade faria de mim um verdadeiro
Caos.

Fecha o Bazar. Nada de vendas. Melhor assim!

Por Carol Sousa

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Voando com os pés no chão

Era só uma experiência
O pouso foi tranqüilo, sem danos
Estilhaços sob meu cabelos
Eram apenas uma ilusão,
Algo entre o real e a ficção.
Quando estendi a mão em agradecimento
Esperava um grave por, estilo.
Quis desistir naquele momento.
E quando, a gritos, apareceu
Não esperava tanto, restrito.
Mas meu corpo, sem ação, estremeceu.
A experiência foi boa.
Eu apenas estava abaixo daquilo que vi
E sobre o que emergiu.
Como meu olhar, eu também percebi:

Que de tão longa viagem, esqueço quem do lado me acompanha. A viagem foi boa, parecia sozinho. A viagem foi ruim, Esqueci carinho, parecia sozinho.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Chega uma hora em que não se entende mais nada de tanto sentido que a vida faz.
Às vezes temos certeza que o que não aprendemos ontem, não aprenderemos jamais
Ou então fazemos questão de apagar tudo para começar vida nova
E lutando contra aquilo que se é e foi, sofremos para que sirva de prova.
Provar qualquer coisa seja para alguém, seja para experimentar é muito subjetivo,
Nessas horas é que a moral e a ética entram em colisão com os nossos motivos,
Mas fazemos isso o tempo todo por livre e espontânea pressão,
Nós fazemos isso o tempo todo e juramos que não é em vão.
A racionalidade é a expressão da angústia, o símbolo do sofrimento,
Existem pessoas felizes com Deus, com amor e consigo mesmas,
Mas não existem pessoas de verdade,
Eu sou de mentira me desculpe a maldade.

Me moldo em teus braços, mas não perco a forma
Sigo teus passos, mas o caminho ainda é meu
EU ainda escolho por onde ir...
Danço contigo ,mas quem dá ritmo a essa valsa sou EU
Aperto tua mão como que por segurança
Mas tenho certeza que minha segurança está dentro de mim
Imagino você a noite toda, mas é só pra esperar o sono chegar
Teu cheiro está na minha pele, mas o que eu exalo ainda é a minha essência
Você passa o dia encarnado na minha mente, mas é só pra eu ter certeza que não estou sozinha
Porque mesmo que você me molde em seus braços...

                               [I want you but I don’t need you .]

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Essa gente?

Não vagarosa, célebre ou indomada
Desconstruída,
Invisível e ao mesmo tempo alimentada.

Coitada daquela,
De pés rachados, dentes pretos
Que como comida,
Apenas a farinha, a água e o sal.
Deliciam-se como que por um instante
Sanasse a dor de uma vida.

Aquela gente tão sofrida.

A margem de toda a sociedade
Onde lhe tiram a água,
O bem vital do ser humano,
E no lugar lhes dão promessas descabidas.
E como se suficiente não fosse,
Ao pior, a água vira mercadoria e é vendida

Aquela gente tão sofrida.

Aquele agricultor,
Do sertão, do semi-árido.
Que ora Deus que a chuva caia,
Que planta em seco e sob pedras.
E que em tempos de escassez
São esquecidos, renegados,
Anti-humano, ente desalmado.

Bandido mascarado.

Desamor

Em mais uma daquelas conversas de bar, um amigo me confessou estar com o peito rasgado, estourado, perfurado por causa de uma sem causa. Ele não está triste, ele está indignado. Se questiona o tempo inteiro sobre como existir uma criatura tão sem sentir, tão sem coração, tão sem humor, tão sem seriedade para acabar com tudo assim, rápido e direto como um tiro certeiro.

Pois bem, ela chegou sem dó nem piedade, chegou como quem vem dá um beijo de "bom dia" e - depois de pouco mais de ano - deu-lhe um abismo para que mergulhasse de cabeça. Ali, perdido, com frio, fome, estômago e coração vazio, ele diz não suplicar por sua volta, pois se ela vier - de mala e cuia - terá apenas o trabalho de voltar - com a mesma mala e a mesma cuia. Dessa dor ele tem medo de provar de novo. E como ele julga, com ela seria apenas o sabor do amargo.

Hoje ele prova daquele aparato: conhaque, bar, meia-luz e jazz. Tá, tudo bem, a famosa dor de cotovelo, como queiram! Hoje ele prova isso e cada dia será uma experiência nova. A cada dia ele vai achar que não vai aguentar, que vai fraquejar, que vai literalmente morrer de saudades do cheiro e de tudo que ele viveu nela. A cada dia que passar, enquanto ele acha que essa dor parece ser mais forte, ele perceberá que apesar de tudo, que "apesar de você", ele continua vivo, mas que o mundo, infelizmente, não vai parar para que ele desça e aniquile-a de sua mente.

A dor do desamor só o tempo cura. Só o tempo te aprensentará, meu amigo, um novo amor, uma nova vida. Ou quem sabe o mesmo amor, mas de uma outra forma, mais maduro...

Deixa. Assim como a vida tira, ela também dá...

Por Carol Sousa
Aspas: "Apesar de Você" - Chico Buarque

domingo, 14 de novembro de 2010

Histórias de José, de Zé.

Sei que há. Dois mundos extremos entre o fazer e falar. Por vezes pendurando nesta linha, curta navalha, que aumenta minha angustia e ao mesmo tempo sustenta meus tristes dias. Ilusão do obviou, sustentação do imaturo, irreal e indissociável do meu ser.
Meu falar parece estranho, minha boca não tem mais saliva, nem veneno, nem misterio ou emoção. Minha historia é vista como quem ver um pássaro voando, em uma tarde de claro sol, ou como quem ver, mesmo que de vista embaçada, uma criança a correr naquele mesmo dia, três horas depois, sob forte vendaval e chuva torrencial. 
Na verdade não sei por te falo estas coisas Maria. A tua vida é tão mais bonita que a minha. Tens tudo que quer e o que não quer joga fora, como quem joga um chiclete mastigado e sem açúcar, ou um cigarro quem não tem mais o que matar.
Maria, um dia eu te conto minha vida... um dia eu te conto maria.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sei que há e que houve as diferenças e divergências,
Sei também que sempre ão de convergir.
Espero na luta Não agredir, a meu companheiro não agredir.

domingo, 7 de novembro de 2010

(Poeminha de Cirrose Cardíaca)

São 7 letras fincadas
Marcadas com pincel pra cedê;
7 letras finas,
Escrita redonda de letra de Professora.
7 letras pintadas a dedo
Em tinta guache - água e cola no papel machê;
São 7 letras velhas,
Cor de jornal molhado em água de sarjeta,
Mas são 7 letras Cor-de-acorde-daquela-musica
Vinho do vinho barato em taça de plástico
De sexoconcavoconvexo, da sede-suor:

7 letras apregadas, Superbonder nos dedos
7 letras de apego, frio de abraço distante?
7 letras de rima, da musica que se sabe de cor ?
Que são sete letras em noda, mancha no vestido novo
Que são as sete letras de Saudade.


Por Laelia Carvalhedo

sábado, 6 de novembro de 2010

O resto.

Depois, sem muita luta, você saberá quem faz parte da escória do meu mundo. Talvez nem te interesse tanto, até por ser escória, mas espero um dia poder falar ou, sei lá, ESCANCARAR tudo que há em meu ser e de um único grito mostrar quão insignificantes são essas míseras partículas que me rodeiam sem a minha menor vontade. Eu quero um dia poder contar a vocês do PRAZER que tive de lhes METER o dedo na cara, de lhes ENFIAR garganta abaixo tudo que na minha garganta habita, de lhes VOMITAR algo que já completa 15 anos. De tão antigo será o meu melhor vômito.

É sim, essa banda PODRE a escória do meu mundo. Imagino eu, que você já nem queira saber sobre esse resto, sobre esse lixo. Imagino eu, que você até nojo já tenha, como eu. Então deixa, depois eu te conto quem é a escória do meu mundo.

Ela tem uma cara meio puta, meio gay, meio velha...

Por Carol Sousa

Ele se foi,as rosas murcharam...
Vista seu melhor vestido,
Deixe que as lágrimas apaguem a ponta do seu cigarro
Enxugue o rosto com o guardanapo do uísque
Retoque a maquiagem                    
Peça o último drink
Amanhã é um novo dia
E você estará pronta pra outro!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sujeito sem jeito

Considerado sujeito bandido
Tinha Vendido tinha comprado
E depois do presente o passado
E depois um futuro vendado
 
Considerado sujeito de sorte
Tinha a casa,o teto, o luar
Tinha a grana e com que gastar
Tinha a flor, a planta e o pomar

Considerado sujeito perdido
Há tempos correndo sozinho
Pelo mundo, sob pedras e espinhos
Pela historia, sem amores, sem caminho.

Considerado apenas sujeito
E para historio o principal
Não por ser melhor ou maioral
Por que no fim todos somos um. Igual.

Considerado sujeito maluco
Sempre fazendo o que não é  padrão
Indo sempre ao encontro, em subversão
Sempre mais perto, sem mais. Ou não!

Mas que jeito?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Première.

Ela quer amor
Ele quer prazer
Ele quer uma noite
Ela quer a eternidade
Uma troca injusta não?!
Pois talvez ela irá dar sem receber
Já que o prazer é bem mais fácil de fornecer que o amor
O amor é mais sublime, mais raro,exige mais,exige muito
Envolve mais que uma transferência de líquidos e gemidos
No amor não são os hormônios que mandam
No prazer eles coordenam tudo e sem eles nada funciona
Eles agem rápido, e são passageiros
O amor é mais forte, ele suga tudo,quer atenção, paciência, carinho...
Mas pra ele, é mais fácil o prazer, o amor dá trabalho, pede mais do que cede
E ele não pode perder tempo
Apesar de tudo, pra ela valerá a pena
Porque foi com ele que ela sonhou
Porque ela sabe que pode possuí-lo
E sabe que pode dominá-lo, mesmo sendo só por instinto animal
E ela não se preocupa se vai sofrer ou não
Depois, é depois
O que importa é o momento...
E no momento é isso que ela quer.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Não sei se há algo bonito a dizer,
Eu conheci meus heróis mortos.
Ainda há muito que se fazer
Porque os barcos ainda estão nos portos
E você não quer assistir a lua comigo.

Os dias mais agitados do país são os mais terríveis para mim.
Há um milhão de pessoas disponíveis no computador,
Há um milhão de pessoas sem disposição pra minha dor.
Você só me dá prazer de homem adulto,
Ouça o que eu digo como se o seu ator preferido cantasse.
A canção não é triste, é só o sentimento.
Eu quero ser cantado um dia
Por isso me encante mais que ontem,
Faça como nunca para que seja pra sempre.

From sunset to sunrise



Não mais que borrões, os dois passam velozes, iluminados por um sol intenso, mesmo encoberto por grossas nuvens. Gotas sob seus corpos refletem o brilho azulado das manhãs. Entre ofegantes sorrisos ele a ergue no ar, ata as mãos em sua cintura. Rodopiam. Seus cabelos dançam com o vento. Girassol.

Sentam-se à sombra de uma pedra úmida. Debruçados, observam uma nuvem negra caminhar no horizonte. Ela trará chuva e escuridão. Frio e mil trovões cortarão o ar - tudo tão ciclicamente necessário à vida dos verdes dias. Erguem-se com preguiça e pensam em talvez voltar para casa.

prosa poética de Natanael Alencar, quase um free-lancer por aqui

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

(Des)controle

Gosto de manifestaações espontâneas
Gritros, histeria, comoção
Gosto da loucura simples
Desvairada, sem freios ou mediação


Gosto do que ninguem gosta
Do que não é costumeiro ou trivial
Gosto quando o fim vem no começo,
Gosto do gosto de açucar misturado com sal

Gosto do andar despercebido
Do cantar as escondidas
Gosto quando a luz esqueci de ir embora.
quando perdi o ponto de partida


Gosto quando olho no espelho
E meu gostar se torna dois
Gosto quando te vejo no espelho
Assim, me vejo depois, pois...

O teu gostar é meu gostar
E ao nosso lado, a esquerda,
é lá onde ele estar! Nosso gostar!

(* Inspirado em frases de Talita França)

sábado, 30 de outubro de 2010

Em poucas palavras.


Às vezes sinto a necessidade de ser mais rude
Mais fria
Mais grossa
Mais bruta

Uma rosa sem espinhos têm suas pétalas mais facilmente arrancadas.

CORPO ESTRANHO



Olhei-me no espelho
Mas não me vi
Toquei minha face
Mas não senti
Estranho corpo estranho
Repeli-me.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um dia me falaram que não tinha pra onde ir
Que não havia mais estrada, caminho ou solução.
Um dia me falaram que não havia mais porque lutar
"Porque pior do que estar não dá pra ficar".
Um dia me falaram tanta coisa
e tanta coisa me foi dita, dita, mal-dita!

Mas meu caro, não faça confusão
Não confunda por favor
Sem essa de que não há contradição, alienação.
E nem venha com essa historia: de tudo tudo acabou.
O inimigo esta a espreita e pronto pra atacar
Esperando só um vacilo seu, um desavisar. 

A historia que foi dita
E continua a ser escrita, com gotas de sangue e de suor
Não acaba, nem dilui.
Não enfraquece nem reduz.
E se pareci, não apareci.
Porque sofrido é o sofrer ao se entregar
Porque a historia é finda quando não se ousa lutar.

E ela não há de acabar.
E ela não há de acabar.

Afinal qual é mesmo a discussão?
Faz horas que espero que espere uma solução.
Aliás, qual era mesmo a questão?
O subjetivo é complexo, é individual
Por isso não cabe padrão.
Mais meu Deus não estou acreditando!
Não faz sentido não!
Querem liberdade junto com fiscalização,
Ah, fala sério
Também não tem nenhum mistério,
A verdade não precisa ir ao salão.
Não é que eu seja contra,
Não sou eu quem está fazendo o contrário.
Não existe mais revolução,
Isso hoje é coisa de otário.
Também não há mais subversão,
Não faz parte do nosso calendário,
Essas lutas estão fora de horário.
Não há pelo o que lutar,
Não há pelo o que morrer
Por isso que abraçamos tudo
E berramos que isso é viver
E no fundo não há mais nada
Porque há muito o que fazer.
Não acontece nada
E a gente queria ver acontecer.
Diga-me o que é justo,
Qual é o ideal.
(Re)união agora
Só no juízo final
E mal, e ma(i)l.

Obs.: O poema se refere à lógica do processo que não faz sentido, que não tem razão e está sujeito ainda a alteração.
As vezes você dorme quando estou empolgado,
Fico tão paia, chego a pensar que era melhor nem ter começado...
É egoísmo meu lhe querer a noite toda para me ouvir, eu sei.
Será que também é lhe querer a vida toda para amar?
Se é para eu me sentir só, melhor não ter ninguém,
Solidão a dois é foda, a sensação é maior.
À noite os lobos saem para caçar e você dorme,
A noite meu pau fica duro e seu corpo está mole.

domingo, 24 de outubro de 2010

Eu sei que era

Ela é assim,
Mesmo quando a noite a desvendava.

Ela me dizia tudo,
Mesmo quando sua boca em palavras calava.

E ela cala,
Como a noite cala-se diante do dia;
Como o dia cala-se diante da noite.

Mesmo nem tanto,
Com senso ou sem consenso
Eu amo. E basta!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Umberto Eco colhe flores (Fogo Cruzado)


Está tudo certo, meu bem
E eu não sei para onde correr.
Eles têm razão e não têm,
Tenho dúvida no que escolher.

Tenho medo da escolha me prender,
De a chance me determinar,
De a oportunidade me corromper
Ao ponto de dizer que não podia deixar passar.

Medo de ser igual à você,
Pois você é só uma parte de mim
E ainda e melhor assim que assado.

Programar a distância pra dar uma sensação de ausente
E se fazer de vítima para uma chantagem emocional.
A propaganda é como um câncer tomando conta da gente
Transformando em verdade o que nem mesmo é real.

Tudo nos "conformes", amor,
O mal beijando o bem.
Não há arte, não há dor
Nem nós e ninguém,

Mas está tudo filmado
E ainda é melhor assim que assado
como o futuro-presente é pior que o passado.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um dia

Entre histórias
E retratos
E outros fatos
O meu peito queima
Como um dia de calor
Em Teresina
Teresina
Teresina

Sinto a minha vida rumando
Pra lados
Que nunca imaginei
Acordar cedo
Antes de o Sol nascer!

E nem deliciar o dia
Só ver ele passar
E o dia sendo só um passaporte
Pra outro...
Outro... E outro dia!

Acho que te conheço
Não de hoje ou de ontem
É... De outro tempo
Quando Sol batia mais leve!

Pois,

É por pensar tanto
E falar tanto.

É por escrever loucuras
e viver-las intesamente

Que as vezes não tenho nada a dizer!
tampouco escrever.

Voz















Se eu não cantar por hoje não se desespere.
Ás vezes minhas cordas vocais se acham no direito de calar o que o peito sente.
É que depois de dias inteiros de gritos
O sal das horas começa a corroer a voz.
Mais isso nunca foi motivo para aflição.
Ainda posso falar com os dedos...

(Halifas Quaresma)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Espera

Espera,
Que diabos você está fazendo?
Você é um idiota, um louco, um insano.
(Nem santo, nem profano.)
Você não sabe o que faz, nem mede a medida?
(Nem remédio, nem ferida.)

Agora eu já sei,
As palavras erradas já foram todas ditas,
Por que as certas não existem.
Eu só buscava ser feliz, sabe?
Sem ferir, magoar, decepcionar.

E eu entendi,
Que nessa busca, nessa procura.
Me perdi e não me acharam.
Fui, mais um fez e sem pensar,
Um ser irracional, inconseqüente.

Espera,
Que diabos você está dizendo, agora?
Não vem como esse lance de tudo ou nada.
Eu só quero você e só quero se feliz! Entendi?
Quero viver a mesma vida, que dias a trás.
Quero ter o mesmo amor.
Quero ter os mesmos amigos.
Quero ter o mesmo sentimento.
Quero viver da mesma forma.

Vai... O que te prende?
Ta esperando o quê?
Sem essa de mãozinha na cabeça, de lágrimas no rosto!
Sem essa de ser o mais mimadinho da mamãe;
A vida é dura, meu caro. Ela dói, machuca.
E não te avisa quando vem ou vai embora.

Os rodeios e mais rodeios,
Que sempre te levam ao mesmo ponto.
Os encontros desencontrados
Armados ou desarmados
Não te dizem nada?

Confesso que quando acordei
Por um instante pensei ser sonho
Por instante apenas.
Mas não durmo mais, abro a porta.
Quando quiser entrar, estende mão, ta?!

Por que... Sabe-se lá da vida,
O que a vida quer de mim!
Mas deixo que ela me puxe pela mão!
As vezes com alegria no peito.
Por vezes com amor, raiva, sem sentido ou sensação.
Mas aprenderei. Não é isso vida minha?
Não e se não,
Larga-me, larga minha mão!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nem Mesmo Eu

Quando nem mesmo,
E pode parecer estranho,
Aquele sorriso mais sincero
Aquela gargalhada mais gostosa
Aquela voz que sempre te fez feliz.
Quando nada disso te arranca um sorriso?

Quando busca em te mesmo algo para rir?
Não te perguntas se é loucura, não.
E nem com o que tanto gosta,
E não sabes tu como gosta.
Mas ainda não adianta.
Parece não ter efeito.

As buscas sempre são para as mesmas coisas
Os pensamentos sempre levam ao mesmo lugar.
Os arranhões parecem virar feridas abertas
O convite parece agora recusável
O amadurecer é conseqüência
O crescer não parece querer mais tanto tempo.
As palavras perecem soltas,
Sem sentido.
Mas é que o sentimento também é confuso.
Ele não tem nome, cor ou definição
Loucos são os tentam definir.

Eu só queria um abraço, um beijo.
Mas só tenho meus farrapos
Meu resto de mim,
E meus panos que pouco me dizem.
Mas ao pior, me aquecem,
Quando quero ter frio.

Luan Santana

domingo, 17 de outubro de 2010

Sabe dias.

Sabe dias.
Alguns dias,
Onde a música é teu único alento,
Onde a solidão é teu maior tormento
Onde qualquer pequeno abraço e beijo seria bem-vindo
E se tornaria o maior e melhor de todos.

Sabe dias.
Poucos que se fazem longos dias,
Onde tu pareces vazio.
Oco, seco por dentro.
Que não sente, não há fome ou sede, calor ou vento!
Ate parece aparecer, mas desaparece.

Sabe dias.
Em que pensa que destruiu o mundo
Que acabou com tudo.
Como o coração de tantos,
Com o amor de um, e de outro.
Ate o conjunto.

Sabe dias.
Em que a vida, a gente pensa na vida, pensa em tudo,
E percebe que não sabe de nada.
Mas que precisa saber.
E busca, corre, pula, chora. Chora tanto.
Destruído.

Sabe dias
Aqueles... Que a memória torna-se,
E sem pensar, parar ou penar,
Tua maior e pior sensação.
Mais triste que teu lamento.
Que nem palavra há.
E nem mais tenta procurar.

E quando vou fechando os olhos pra esquecer
Me pergunto onde estou, quem sou eu, quem é você?
E o dia parece amanhecer,
Quando as estrelas se vão, o escuro pareceu sumir.
O vento insaciável acaricia teu rosto lacrimejado.
Surge como um raio.
Me coloca diante de mim mesmo. Do meu maior inimigo,
Do meu mais perverso e temido ser.
Que não quero ser.
Aquele que não obedece
Que não calcula, é inconseqüente, desmedido. Decepcionante (e nado)

Sabe dias
Dias, sem dia. Sem clarão, sem sol, sem sabor.
De boca seca, de coração vazio, de pernas tremidas,
Sem fome, sem sede, sem vontade.
Parece até um depressivo rumo ao suicídio.
Mas não! É um homem amante, que ama e descobriu o quanto pode ser cruel.

As desculpas não valem mais,
Os beijos podem ate dizer o que a boca poderia ser cúmplice.
E a boca até falar o que o abraço sente ou sentiria.
Mas a verdade é que não há palavras,
Versos, vozes, canções, pedidos, suplicas,
Soluções!
Há apenas a espera. A terrível espera.

sábado, 16 de outubro de 2010

Versos pobres, versos.

“Cansada de doces ilusões românticas
Hoje quero o amargo ,o azedo
Que é pra diluir a dor
Pra apagar as manchas.

Açúcar dá cárie...
E já sinto meus dentes apodrecidos, e meu sorriso borrado

Com o azedo e o amargo, o estrago é por dentro
O borrão fica escondido...
E assim conservo meu sorriso intacto.”
{Evelin Edlin}

sábado, 9 de outubro de 2010

...

“Tento parar e pensar ...
Eu não consigo definir
Vai além da minha compreensão, vai além de mim!
Eu sei que têm alguma coisa
Porque eu sinto que mexe comigo de algum jeito
E sei que eu quero alguma coisa
Mas não sei se estou preparada
Para seguir uma estrada que eu não sei onde vai dar
Não sei se estou pronta pra cair em um abismo ,que certamente vai me machucar
E essas dúvidas pairando em minha mente parecem uma tortura
Meio que sensível
Uma dor leve e lenta que consome minha sanidade
E agora as coisas conseguem ser mais estranhas que nunca
Vou desviando pensamentos enquanto posso, mas tudo me faz recair nisso
Parece um ciclo vicioso...
Dizem que o tempo cura tudo
Faz tempo que eu espero o tempo curar
Acho que o tempo já é um remédio fora da validade
Está vencido...
E agora?!”
Evelin S. Edlin

Esquece Prometeu


Eles se resolvem,
A gente se ama.
Esquece um pouco e fecha os olhos.

Não preciso que me conte,
Mas conte comigo se quiser um abraço.
Eu lhe prometo o que posso, não posso lhe enganar.

Onde já esteve você sempre vai estar
Como o que a gente faz que não pode mais mudar,
Pára de tirar de tempo e tire um tempo pra você.

E não confundir admiração com amor
Para não parecer traição.
E não julgar o que quer que for
Para que não seja tudo em vão.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tempo militante

É tempo de lutar, de construir, é tempo de resgatar, de reagir.
É tempo de erguer e reerguer, é tempo de reorganizar e reestruturar.
É tempo de se doar, de se doar por inteiro, é tempo de se permitir.
É tempo de compor, repor, é tempo de correr, pular, cantar.
É tempo de alegria e de seriedade, é tempo, sobretudo de compromisso e responsabilidade.
É tempo de entender que não sou mais eu nem você, que somos nós, juntos, no mesmo coletivo e na mesma direção.
É tempo de erguer a voz, de se impor, é tempo de transformar e de comprometer-se com a transformação, é tempo de transição.
É tempo de estar junto, lutar junto, de errar junto, é tempo também de acertar junto, de construir, manifestar, protestar e de se indignar junto.
É tempo de forma, de informar, é tempo, sobretudo de falar a verdade, é tempo de liberdade.
É tempo de respeitar o outro, de saber ouvir, porem é tempo também de falar, de falar alto, é tempo de gritar, no seu devido tempo, é tempo de gritar.
É tempo de mostrar... De mostrar nossas vísceras, nosso sangue, nosso suor, é tempo de mostrar que somos estudantes, que somos militantes.
É tempo de mostrar que não somos apenas esponjas enxutas que só absorvem a água, mas que somos também as torneiras que a fazem jorrar.
É tempo de se perguntar e de se responder, é tempo de desconfiar e duvidar do mais trivial e costumeiro, é tempo também de se reafirmar.
É tempo de companheirismo e de compreensão, de escrever sob pedras nossa vitorias e derrotas, é tempo também de caminhar e aprender com os caminhos.
É tempo de emancipação, de coragem, é tempo de força e de composição.
É chegado o tempo de questionar: O que me trouxe aqui? Porque estou aqui?
Nós temos os mesmo objetivos e lutamos pelas mesmas coisas, acreditamos na mudança e queremos mudar e precisamos mudar...
Agora É tempo de abrir os olhos.
De abrir os olhos e ver o mundo ao nosso redor.
É tempo de unir as mãos no mesmo centro.
É tempo de olhar, um nos olhos do outro.
É tempo de se perceber no outro, de se sentir como o outro, é tempo de nos desprendermos do que é banal. É tempo de ser um só, não sejamos aqui fulano, beltrano ou cicrano, sejamos um, mas um no coletivo.

Pouca Miséria?



A miséria não consome só o corpo não.
Consome o espírito também.
E mais que consome,
Corrói, dissolve, desintegra.

A miséria não é só a falta de comida            
Ou de dinheiro, ou casa, ou dinheiro
É a falta de respeito, dignidade perdida
É ausência do status Ser, do Ser Humano.

A miséria, sem forma, sem cor
Mostra a cara limpa e sem vergonha.
O mais profundo escuro e sem sabor,
A mais triste situação do homem

A miséria chega a fazer o ser enlouquecer
Mas não só o miserável
Por ou sem querer
Acaba atingindo, não o alienador o alienável.

A miséria não é só a falta de comida
É o mais profundo escuro e sem sabor
Mostra a cara limpa e sem medida
A destruição do homem pelo homem e desde pelo rancor.

A miséria, sem forma, sem cor
Chega a fazer o ser enlouquecer
Ou pela falta de dinheiro, ou casa, ou dinheiro.
Por ou sem querer.

Mas a miséria não o bixo papão
Ela só existe por que é alimentada
Ela não é um ser vivo, com0 um gato ou um cão.
Ela é invenção do homem, e a ele dada.

Do homem, em seu ser homem.
Que a intensifica, aumenta e potencializa.
Muita Miséria!
Muita Miséria!



Dona Zilá, olhe quem está em seu jardim.
É o senhor das flores.
Ele entrega rosas para quem lhe abre um sorriso.

Que sorriso belo, Dona Zilá.
Receba minha flores.
Ande,deixe de dengo, venha cá.

Sou homem de bem, Dona.
Ando por entre os quintais.
Deixo agrados a quem me apraz.

A mulher vivida guardou seu presente.
Tardes voaram e noites se foram uma a uma.
Zilá, continuou a esperar.


Nícolas




terça-feira, 5 de outubro de 2010

Lá entre nós.

Cá entre nós
Coisinhas e delicinhas
Acabam por desatar
Nossos nós

Lá entre nós
É o lugar mais
Lindinho
Que eu já vivi

Por Carol Sousa

A encoberta

Olhei para o céu e só vi ventos escuros.
Por que ela não estava ali
Velando meus passos e fomentando tropeços?

Senti-me no mar aberto e fechado,
Cercado por predadores selvagens
E pela minha consciência barulhenta,
Com apenas os membros e a coragem a me acompanhar.

Nuvens amigas, não a prendam dessa forma.
Não queiram ver transeuntes desorientados.
Na noite acesa, ela é a rainha
E minha amante.

domingo, 3 de outubro de 2010

Para salvar uma vida

Aquilo é uma mente em conflito,
faz diferença pra você
ou apenas acha que ele tenta parecer estranho?
O que será que ele ouve antes de dormir:
Pais discutindo, vizinhos em orgia, polícia rondando?
Pode não trazê-lo de volta,
talvez impeça outros de irem pela mesma sombra.
Que bom você pensa em estudar,
esquecer e ir pra bem longe disso tudo,
e se lá começar outra vez?
Meus amigos todos riem, eu acredito que não há problemas,
minha turma é engajada, eu sou uma pessoa engraçada,
sofro com antecedência, isso é ruim para os negócios.
Meus me viram crescer, parece que foi só isso que viram.
Meus pais me viram crescer, parece que foi só isso que viram
e agora é comigo, e agora é comigo mesmo
se eu souber o que não devo fazer.
Tenho conselhos de sobra e preciso reciclar,
O mundo não é o mesmo, tem mais deficiência,
o amor não é mais o mesmo, é outro sistema,
e eu não quero fugir disso tudo pra ser feliz escondido,
pra ser o que não existe,
viver o que é triste.
Todo tipo de laço com o corpo,
todo tipo de laço.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Com

Mesmo quando minhas mãos
São obrigadas o torturar
E sob cúmplice a caneta
São obrigadas a esganar, oprimir, manipular,
Meu peito arde
Meu coração, veementemente...
Lacrimeja, chora.

E um grito mudo sai de dentro pra fora...
Covarde.

No meu teor cotidiano, pra compor,
Sendo obrigado a repor.
Letra após letra,
Frase a frase.
Sem pensar, sem permissão
Saindo da mão indo ao (des)encontro,contra-mão.
Tendo a espreita o velho e temido patrão.

E mais uma vez, meu peito arde
E vejo lágrimas brotarem do coração.

Quando o meu pensar já não é suficiente
Minha critica pareci inconsistente
Meu valor não mais o têm.
Quando minha historia, é rapidamente
Simplificada em alguns pouco vinténs.
Novamente sinto a mesma sensação.
Aquele ardo no peito e lágrimas no coração.

Quer saber!?
Não caiu mais nessa.

Cansei... pulei fora... saltei do barco
Com cores, Sem ires e Com arco
Mantenho minha convicção,
De que mais forte a batalha
É também mais forte a vitória , irmão!
Que não mais me importa o patrão!
Ele que se importa comigo!
Ou não?!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Minha condição é outra,
"PODER AINDA NÃO É CAPAZ"
E não julgo quem tá dentro
porque eu tou por fora.
Me sobram argumentos,
Vou fazer o que?
Meu lugar ao Sol,
Minha prece a Deus,
Tenho pressa pois só tenho uma promessa
E não posso confiar.
Se não for eu a gente nunca será,
Mas ninguém tem culpa por não saber.
Não quero saber,
Vou aprender depois que passar
E passar depois que aprender.
Por enquanto quero em tudo que é canto,
Bom Senso no Censo Comum:
O que é intolerante é violento,
O que é violento é miserável
E a miséria fragmenta o Homem.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Gosto de conversar contigo
Porque fico sendo quem não sou
E tou cansado de ser eu mesmo
Sem ninguém acreditar.

Não estou sentindo medo,
Se Deus não me entender
Não sei de mais ninguém que possa,
Em quem eu possa confiar.

Foram as dúvidas que me deram fé,
Conflitos que trouxeram paz
E o entendimento de que eu não sou teu
Por mais que eu queira te prender.

Já nos aceitamos,
Concordamos em discordar.
Já nos maltratamos
Escondendo o desejo de amar.

Sei que já nos enganamos
Querendo acreditar,
Mas se já acreditamos
Não vale a pena tentar se enganar.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Com algo que começa e termina

Nascer,
Sob terrenos estranhos
desconhecidos, mas com amor.

Vencer,
Sobre as forte colunas de um contador
Sem saber o porquê,
desse estranho ardor.

Crescer,
Por entre facas e canhões
por entre labirintos e canções.
Procurando quem sabe uma saída
talvez uma luz, uma cor.

Viver,
Sob a creditável utopia de um sonhador
Sem saber o porquê
Mesmo sendo conhecedor.

Morrer,
como que quem permaneci
sob o ideal de um lutador.
Sem temer, sem temor.
Pelo amor entrega a vida e a vida entrega ao amor.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Sou só abraços teus.
Mesmo ancorado,
Mergulho em passados
E retalho passos meus.
Mereço eu entrar em seu jardim de amores,
Onde nascem as rosas e vagueiam temores?
Tantas com inesperado fim
Com papéis amarelos e virados
Sempre procurei cuidar de mim.
Tanta coisa em comum
Não é precipitado predizer.
Agora é pra valer.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Eu mostro com quem ando,
Mas não diga quem eu sou.
Tudo bem que ele se droga,
Mas tem filhos e estuda.

A preocupação que você tem em Ser agora
É a que ele tem do que Será depois.
Isso quando não deprime muito, revolta,
Mas é por fazer sentido para os outros que a gente vive.

A gente se inscreve nas coisas quando tem tempo suficiente,
Enquanto não é chamado vai se ocupando, se ocupando, tá ocupado
E quem é culpado quando mais tarde a gente tem que perder aquela vaga?

A mudança acontece quando o motivo
De um caráter existir perdeu o sentido.
As necessidades do passado é que fazem o presente assim,
Sem definições porque tudo é motivo e não é...

Só quem se apaixona se preocupa com o futuro.
Só quem se apaixona se preocupa com o futuro,
Quem não confunde amor com objetivo.
Só quem se apaixona, sente medo no escuro,
mas continua assim mesmo.